Projeto de escolas cívico-militares gera críticas e contrapontos em audiência na ALMG
Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), parlamentares, professores, sindicalistas e representantes da sociedade civil debateram o projeto do Governo do Estado que prevê a implementação de escolas cívico-militares em Minas Gerais. O modelo proposto tem gerado polêmica em diversos municípios, especialmente por conta da forma como está sendo conduzido.
Segundo os participantes da audiência, há preocupação com a ausência de diálogo com a comunidade escolar, a falta de transparência nos critérios de escolha das unidades e o possível uso político da proposta. Professores e especialistas também alertaram para o risco de militarização excessiva no ambiente escolar, com impactos na autonomia pedagógica e na formação cidadã dos estudantes.
O contraponto do Governo do Estado
Representando a Secretaria de Estado de Educação, o superintendente regional da pasta, Robson Silva, defendeu a iniciativa afirmando que a proposta busca melhorar os índices educacionais e garantir maior disciplina e segurança no ambiente escolar. Segundo ele, o modelo cívico-militar será adotado apenas nas escolas que manifestarem interesse e onde houver ampla aceitação da comunidade.
A Secretaria também garantiu que os profissionais da educação continuarão sendo os responsáveis pela parte pedagógica, e que os militares atuarão apenas na área administrativa e disciplinar, sem interferência no conteúdo das aulas.
Apesar da justificativa, parlamentares e lideranças presentes na audiência cobraram que o Estado apresente de forma clara os dados que embasam a proposta, assim como os critérios de escolha das escolas e os reais impactos do modelo nas experiências já existentes.
A discussão segue em aberto na Assembleia, com expectativa de novos debates e aprofundamento técnico sobre o tema nas próximas semanas.